Trabalhadores denunciam ameaça de empresa: quem contribuir para o Sindicato será demitido

Empresas da construção civil do Rio que têm como expediente o assédio moral e prática antissindical estão experimentando um pouco do seu próprio veneno.

É o caso do feitiço virando contra o feiticeiro.

Isso porque algumas construtoras orientaram, ameaçaram e obrigaram seus trabalhadores a vir ao Sintraconst-Rio colocar a carta de oposição à contribuição e a se desfiliar do Sindicato.

Mas, ao contrário do que essas empresas pensam, o trabalhador sabe que com seu sindicato fortalecido, ele próprio se fortalece.

E assim choveram denúncias dos próprios trabalhadores referentes às ameaças e assédio moral nos canteiros de obra não só sobre a carta de desfiliação sindical mas também sobre desrespeito à convenção coletiva, NRs, CLT e por aí vai.

O próprio trabalhador que, ameaçado de demissão pela empresa, vem ao Sindicato se desfiliar, chega até a sede do Sindicato e passa toda as denúncias à equipe de fiscalização do Sintraconst-Rio.

“A empresa me deu o modelo da carta, para todos nós, e disse que quem contribuir pro sindicato tá fora”, relata um dos trabalhadores.

Muitas dessas empresas têm uma lista imensa de irregularidades. Aí não tem jeito: o Sintraconst-Rio vai na obra para que as condições de trabalho, CLT e convenção coletiva sejam respeitadas.

O caso mais marcante foi da Cury Construtora, que ameaçou de demissão recentemente a grande maioria de seus empregados caso eles continuassem a contribuir para o Sindicato, ou seja, caso eles fortalecessem sua própria entidade, a entidade que luta pela categoria.

E na MRV Engenharia, a denúncia dos trabalhadores é de um engenheiro da obra que aplica assédio moral, ameaças e outros tipos de desrespeito em relação aos operários.

A equipe de fiscalização do Sintraconst-Rio vem visitando esses canteiros. Prática antissindical vai contra as normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e contra o Código Civil e a Constituição Brasileira.

O Sindicato lembra às empresas que assédio moral e prática antissindical não serão tolerados de forma alguma. Não só o Sintraconst-Rio, mas também o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho estão de olho nestas construtoras.